Instituto Nokia de Tecnologia desenvolve solução para futura escassez de IPs no mundo

A comodidade de alocar endereços eletrônicos (IP) para novos usuários ou mesmo a de ter vários dispositivos conectados à internet pode estar com os dias contados. Isso porque o número de endereços IPv4 no mundo se esgotará dentro de no máximo dois anos.

Preocupado com este cenário, o INdT implementou um estudo para auxiliar na solução do problema e desenvolveu uma alternativa de transição suave para uma ferramenta mais versátil: o IPv6, uma nova versão do sistema de endereçamento eletrônico da internet.

“Cada usuário de Internet possui um endereço – denominado endereço IP -, que lhe identifica unicamente na rede, algo similar ao número de telefone. Da mesma forma que no passado, devido ao crescimento da base de dados de telefonia os números de telefone brasileiros tiveram de crescer de 7 para 8 dígitos, com o crescimento da Internet se faz necessário também aumentar o tamanho dos endereços IP para comportar os novos usuários da Internet. O protocolo de rede utilizado pela Internet atualmente, o IPv4, só suporta um máximo de pouco mais de 4 bilhões de nós, e como cada vez mais usuários se conectam à Internet, esse número de endereços disponíveis não será suficiente”, explica Fuad Abinader, pesquisador da área de Tecnologias de Rede do Instituto Nokia de Tecnologia.

A solução para este problema é o protocolo IPv6, que expande o número de endereços disponíveis para a casa de trilhões de trilhões, e resolve definitivamente o problema. No entanto, existe um alto custo associado à troca de equipamentos e softwares necessários para a substituição do protocolo IPv4 pelo IPv6, e por este motivo a adoção do protocolo IPv6 vem sendo muito lenta. No entanto, “com o fim iminente dos endereços IPv4 disponíveis, vem crescendo nos últimos dois anos a necessidade de se trabalhar em mecanismos de transição que forneçam ao mesmo tempo conectividade IPv4 (tradicional) e IPv6 (nova), permitindo assim que aplicações dos dois padrões funcionem juntas”, complementa Abinader.

Desde o início de 2009, pesquisadores dos laboratórios de Tecnologias de Rede do INdT estão trabalhando no projeto IPv6 Research, que consiste na busca de mecanismos de transição gradual para o protocolo IPv6.

Nos laboratórios do INdT foi montada uma estrutura de rede onde é possível utilizar os aparelhos N810 e N900 à redes Wi-Fi e 3G totalmente integrada a uma rede IPv6 real. Assim, é possível testar e avaliar os protótipos de protocolos em condições reais de funcionamento. Além disso, foi desenvolvido um protótipo de solução que permite prover conectividade IPv4 a terminais móveis conectados a redes IPv6, denominado DS-Lite, provendo assim tanto conectividade para ambos os padrões.

O resultado das pesquisas do INdT foram apresentados em julho de 2009, na reunião periódica do Internet Engeneering Task Force (IETF), em Estocolmo, na Suécia, e despertou grande interesse da comunidade tecnológica.

“Entre os principais avanços e resultados alcançados até agora, pode-se destacar a possibilidade de continuar utilizando aplicações para a Internet de hoje nas redes da próxima geração, independentemente se a rede em que o usuário esteja no momento suporte essa funcionalidade ou não”, conclui Abinader.


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