Eu não gosto mais da Google. Acho que ela se perdeu e está perdida em estratégia. No começo dos tempos era legal um desafiador novo no mercado, contudo, sua arrogância em achar que sabe mais o que é melhor para todo mundo a tornou um grande gigante a ser combatido assim como a Microsoft foi nos anos 90.
Às vezes ela é “evil”, às vezes não é, mas vamos deixar isto pra lá. A Google comprou uma empresa que fazia sistema operacional para smartphones baseados em Linux. Assim surgiu o Android. Grátis para qualquer empresa usar, o Android veio para desafiar o Symbian e Windows Mobile, que eram, até onde eu lembro os únicos sistemas operacionais licenciados para serem usados por qualquer fabricante. O iOS é exclusivo da Apple e o WebOS, era da Palm, comprado pela HP, que poderia ter feito um ótimo produto nas mãos para entrar no mercado, mas erros de estratégia o colocaram na prateleira da história e agora ele faz parte do passado.
Pode se dizer que o Android também é um desafiante para o Windows Phone, que agora voltou copiando as estratégias da Apple, mas como veio muito atrasado a disputa, seu único trunfo virá graças à carona do Windows de computadores. Windows 8 pode mudar tudo para o Windows Phone. Novamente, vamos deixar isto pra lá.
Eu também não gosto do Android. Acho confuso e pouco amigável. Como tudo que é baseado em Linux, ele foi feito para vencer desafios técnicos e não recebeu um tratamento de UX. É discutível, eu sei, mas vamos deixar isto pra lá mais uma vez. O pior do Android não ele ser um sistema operacionais de Nerds, o problema é o modelo pelo qual a Google liberou o seu uso. Cada fabricante é capaz de fazer suas personalizações e com isto, é responsável por realizar a liberação de atualizações. Isto fez com que o Android se fragmentasse. Coisas que foram feitas para uma versão de Android de um fabricante podem não funcionar em outro Android de mesma versão em dispositivo de outro fabricante. Isto é um desastre.
No ano passado a Motorola foi comprada pela Google. Qualquer um passaria a achar que a Google passaria a vender equipamentos de telefonia e tablets através da Motorola, mas nada disto. Pelo menos ainda. A Google flerta com equipamentos próprios desde 2010, quando surgiu o Nexus One, feito em parceria com a HTC. Logo depois veio o Nexus S, que agora foi feito em parceria com a Samsung. Ainda com a Samsung veio o Galaxy Nexus. Agora, com o terceiro fabricante vem o Nexus 7, na parceria com a Asus.
Imitando o Galaxy Tab, que criou um novo tamanho de table, o Nexus 7 é um tablet com Android estado da arte e tamanho intermediário. Pra mim, os tablets com este tamanho de tela são os ultra-tablets ou sub-tablets. O novo tamanho está dominado, mas o que eu não entendo é por que a Google lançou um tablet em parceria com outro fabricante ao invés de utilizar a Motorola. Talvez o Nexus 7 já estivesse no forno com a Asus antes da compra da Motorola e quem sabe no ano que vem, um produto novo venha através da Motorola?
Vamos finalmente ao Nexus 7. Ele é incrivelmente barato: 199 dólares. Como todo tablet de 7 polegadas ele parece realmente um telefone grande demais, mas ele é um tablet (ou um daqueles nomes que eu falei lá em cima). Na sua traseira um material que não deixa o tablet escorregar de sua mão e na frente uma tela com tratamento oleofóbico. Seu processador é poderoso com 1.3GHz e quatro núcleos Tegra 3. Sua tela tem 1280×800 de resolução com 216 ppi. Seu peso é de 340g e a maior decepção é a memória interna, que é limitada à 8 ou 16 GB. Este problema é conseqüência do valor baixo. A bateria é de 4300 mAh que garante um dia inteiro de uso sem restrições.
Nexus 7 só tem WIFI, nada de versão 3G, mas dado que ele é um segundo dispositivo que você vai carregar por ai, nada mais natural do que habilitar o Personal Hostpot no smartphone para navegar no 3G através dele. Completam as características técnicas, NFC, GPS, acelerometro, magnetometro, giroscópio e microfone para video conferencias. Câmera ele também tem, dá pra ver na foto e ela tem 1.2MP. Quer mais uma? Não tem. Esta é a única câmera que está disponível para você usar. Cá entre nós, faz sentido ter só uma. Eu não uso a câmera traseira do iPad. Nunca tirei uma foto com o iPad, mas já usei muito a câmera frontal para video conferencia.
Da avaliações que eu li até agora deu para notar que o Nexus 7 não inova, mas impressiona pela faixa de preço na qual ele se encaixou. Ele é uma alternativa ao iPad? Não. Ele está em outra categoria, contudo, ele parece ser uma ótima alternativa ao Kindle Fire e ao Galaxy Tab. Seu maior problema é a baixa capacidade de memória. Seu processador parece ser seu maior diferencial, deixando seu uso bastante ágil e sem lag. Pelo preço, vejo que muita gente vai deixar de comprar o iPad para comprar este cara. Só por que ele é mais barato.
Deixe um comentário para Rodrigo Salfer Cancelar resposta