Óbvio que nem tudo que é lançado no mercado faz o sucesso que as empresas esperam. Tem produto que a empresa fica feliz de apenas conseguir retorno do dinheiro investido para o seu desenvolvimento. Montadoras costumam faturar fácil mantendo um carro de geração anterior em fabricação e assim maximizar o lucro e utilizando-o como número em estatísticas que defendem sua posição no mercado e ajudam a vender ainda mais carros.
A Apple é quase uma empresa que recentemente tem tido felicidade atrás de felicidade com lançamento de produtos que são inquestionáveis sucessos. iPhone vende como nunca se vendeu smartphone antes. iPad é o eletrônico com maior aceitação e adoção da história. Mas e a loja iBookstore que existe dentro do iOS para vender livros? Este mico. Não fez tanto sucesso quanto a AppStore e mesmo com grande potencial de compradores não foi muito à frente e a culpa é da Apple. Os acordos com as editores é que fez o mico ser o que é hoje. Um quase grande gorila. Li um artigo do TUAW e lá você pode ver em riqueza de detalhes o por quê da loja de livros não ter dado muito certo.
Apenas para adiantar, basta comparar a quantidade de livros disponíveis na iBookstore e na loja Kindle. Dá para encontrar quase tudo no Kindle, e na iBookstore só dá para encontrar algumas coisas. Isto porém não faz do iPad um fracasso, afinal, você pode instalar o app do Kindle no seu iPad e consumir todos os livros que quiser. Este porém também não é o primeiro fracasso para a Apple. Durante a década de 80 a Apple amargou e quase foi a pique por ter produtos realmente ruins. Newton é apenas um exemplo.
Outro fracasso para este ano são os televisores 3D. Falou-se tanto que o 3D isto, o 3D aquilo. Bom, o 3D é um sucesso nos cinemas. Lá ele é bem visto e com produções que sabem explorar bem o recurso, trás ótimos resultados para as bilheterias. O caminho para o televisor na sua sala porém foi cheio de problemas. Pra começar o padrão 3D para equipamentos domésticos vem esbarrando em atrasos e mais atrasos. HDMI1.4 era mandatório, mas alguns fabricantes resolveram antecipar e colocar o 3D em soluções proprietárias utilizando o HDMI1.3 mesmo.
As especificações para o bluray 3D também atrasaram e por fim, se a expectativa era que a copa do mundo da África fosse o grande sucesso em 3D como a copa do México em 1970 foi para a TV em cores, bom, decepção. Fabricantes não conseguiram produzir televisores com preços razoaveis para tornar a novidade em moda e must-have. Sem falar que a captação em 3D ainda é um desafio e transmitir outro ainda maior. Ainda mais se precisar se em alta definição. Ainda cheio de indefinições lá fora e aqui apenas um sonho ainda caro demais para o consumidor mediano, o 3D já entrou este ano para a categoria fracasso.
Em levantamento realizado na Europa recente foi constatado que 3,2 milhões de serão produzidos com suporte à 3D, contudo isto representa algo em torno de 2% de todos os televisores produzidos na região. A coisa ainda piora mais. Mesmo quem compra um televisor que suporta 3D, não leva para casa o óculos como acessório.
A explicação é mais do que óbvia. Assim como aqui o HDTV demorou para emplacar por conta da falta de conteúdo (e ainda falta conteúdo na TV por assinatura e na aberta) o 3D enfrenta o mesmo problema. Lá fora existe pouca ou nenhuma opção para consumir conteúdo em 3D. Este ano realmente não foi o ano do 3D na sala de estar, mas sim o 3D no cinema.
Respondendo a pergunta, caso não tenha ficado óbvio, os dois são considerados fracessos em 2010.
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