Os erros no artigo do O Globo sobre TV Digital

Eu estava me controlando para pegar leve na crítica ao artigo publicado no O Globo sobre TV Digital. A intenção foi ótima, mas o resultado foi um tanto ruim. Vou enumerar alguns problemas para você entender por que estou decepcionado.

Pra começar, vamos a forma. Não existe autor do artigo facilmente identificável. Aí entrando no conteúdo. Me contorci todo ao ler que “para ser HD a resolução mínima é 768p”. ARGH! Quer dizer que nenhuma emissora no Brasil transmite em HD? Afinal 720p é menos que 768p, né? Tudo errado. Vamos à WIKI para ter certeza. SDTV é 480p, HDTV é 720i/p e 1080i/p. Ficou claro? 768 é uma resolução comum para TVs que exibem pelo menos 720p e monitores de computador.

Delay não é algo que só exista no padrão Brasileiro de TV Digital. Todos os padrões de TV Digital, até mesmo os que não são HD (como é o caso da Sky e NET Digital) tem delay. O culpado disto é o padrão de compressão que no caso da Sky e NET Digital é MPEG-2 e na TV Digital da TV aberta é o MPEG-4.

Resolução da TV digital através de sintonizador USB no padrão ONESEG não é 240×320 é 320×240. Outra: Não tenho certeza absoluta, mas o artigo do O Globo dá a entender que só é possível sintonizar TV Digital em alta definição quando sintonizado através do ONESEG, que é de baixa resolução. Pelo que lembro, isto não é verdade. Se você tiver um sintonizador FULL HD e uma TV neste formato em movimento, você verá o sinal se problemas. Este é um grande diferencial do ISDB-T em relação aos demais formatos. Novamente, neste caso não tenho certeza absoluta, mas pelo que lembro é a verdade.

Por fim, a última besteira do artigo do O Globo que vou comentar é em relação a “diferença” entre o sistema brasileiro e o americano. A “principal” diferença que o autor do O Globo lista é que lá nos EUA o ATSC é usado no cabo e aqui é no ar. “Veja bem”, assim como o padrão europeu, existem versões de padrões de TV Digital para os diversos meios no padrão americano. Para exemplificar usando o padrão europeu. DVB-C é o padrão para se transmitir TV Digital através de cabo, DVB-T é o que se usa para transmitir através do ar quando se está parado e DVB-H é o sinal para ser sintonizado em movimento. O grande barato do padrão adotado no Brasil é o que com o mesmo canal terrestre, já se tem o canal para transmitir para receptores em movimento. No padrão europeu são necessários dois canais separados.

O artigo do O Globo atrapalha mais do que ajuda. Infelizmente.

ATUALIZADO: Esqueci. O artigo diz em algum lugar que FULL HD só é possível com tela de LCD. Mentira. Existem ótimas TVs de Plasma que fazem Full HD muito bem e as vezes até melhor do que as LCD.


Publicado

em

por

Tags:

Comentários

3 respostas para “Os erros no artigo do O Globo sobre TV Digital”

  1. Avatar de Morph 2008

    Acho que os grandes meios de comunicação deveriam se preocupar em estudar exatamnete o caso do brasil na tv digital, ao invés de ficar confudindo ainda mais a cabeça do usuarios comun (já que nós, que gostamos de informatica, não caimos nesse erros grosseiros).

  2. Avatar de bernabauer

    Eles até tem esta preocupação na cabeça, mas neste caso dá pra notar que quem escreveu não entende do assunto e entendeu errado algumas coisas importantes. O resto do artigo está bem escrito.

  3. […] que foram criadas pelo artigo original que foi mal escrito ou mal revisado. Eu listei os erros aqui em 31 de […]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *