Saiu um artigo no The Guardian falando sobre os desafios da TV 3D na ilha da Rainha Mãe. Por mais que a gente veja filmes no cinema em 3D, ver em casa é completamente diferente. Pra começar você precisa de uma infraestrutura em sua casa compatível. Traduzindo você precisa dos óculos, televisor e uma fonte de conteúdo 3D. Este último quer dizer que você precisa de um player bluray com HDMI 1.4 e alguns títulos em 3D (se é que isto já existe) ou uma TV por assinatura com canal 3D.
As operadoras de TV por assinatura estão se esforçando para ter um canal 3D para a Copa do Mundo, já que boa parte dos jogos, inclusive a final e todos os jogos da seleção brasileira serão captadas neste tecnologia. Acontece que tirando isto, nenhum conteúdo regular está sendo produzido em 3D.
Então do que adianta ter um televisor 3D? Não adianta nada. É o mesmo que aconteceu com o HDTV aqui no Brasil. As capitais estão com o sinal da TV Aberta de algumas emissoras e afiliadas, mas na TV por assinatura a oferta de canais ainda é pequena. São poucos canais, menos de 10 e com conteúdo repetido, quase que em demonstração ainda.
Se a falta de conteúdo é um problema, ainda tem mais. O HDMI 1.4 veio para colocar ordem na transmissão de sinais 3D para a TV de maneira padronizada para que um player da marca X consiga entregar o sinal 3D para um televisor da marca Y sem problemas. Indo além, existem duas tecnologias ainda disputando espaço para a questão dos óculos. Sim, é aquele lance de bluray vs. HD DVD novamente. As duas tecnologias são “óculos passivos” vs “óculos ativos”. A divisão entre os dois padrões está assim, no primeiro grupo, LG, já no grupo dos ativos (sem conotações sexuais, por favor) estão Samsung, Panasonic e Sony.
A grande diferença é que o par de óculos ativos é bem mais caro do que os passivos, que normalmente são apenas lentes polarizadas. Porém o custo total do televisor mais os óculos para a tecnologia ativa é mais barata. Para não se tornar desagradável a taxa de atualização do televisor precisa ser alto. Se você acha que os equipamentos com 120Hz e 240Hz são altas, pense novamente.
A tecnologia ativa ainda requer que os óculos tenham alimentação própria (uma bateria dá conta do recado) e um sensor de sincronização se faz necessário perto do televisor para que o óculos saiba quando ele deve deixar cada lente opaca. Para saber mais sobre as tecnologias ativas e passiva de 3D, recomendo ler este artigo. Outra boa pedida é este artigo.
Cá entre nós, acho a tecnologia ainda muito nova e não vale a pena investir ou espera numa TV 3D. É melhor ignorar a novidade e investir numa boa TV de LED. Imagino que o 3D vai levar uns 2 ou 3 anos para se tornar viável aqui no Brasil. Principalmente do ponto de vista de conteúdo.
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